LA SPERANZA DI ADRIANA
- 16 ott
- Tempo di lettura: 4 min
Mi chiamo Adriana Almeida Di Nardo, ho quasi cinquantotto anni e vivo in Italia da quarantuno. Sono arrivata qui nel 1984, dal Brasile. Mio padre era italiano: aveva vissuto più di trent’anni in Brasile, ma soffriva di depressione e desiderava tornare nella sua terra.
A dire la verità, né mia madre né le mie sorelle volevano venire in Italia. Io ero indecisa: avevo paura di lasciare tutto, ma dentro di me c’era anche la curiosità di conoscere il paese di mio padre. Lui, però, era un uomo autoritario, con idee rigide, e ci ha praticamente costrette a partire. Diceva che, se non lo avessimo fatto, mia madre non avrebbe più potuto vedere mio fratello, che era arrivato in Italia due o tre mesi prima.
La notte prima della partenza non riuscivo a dormire. Guardavo le pareti della mia casa, che era di legno, e le accarezzavo piano. Mi sembrava di volerle salutare, come si fa con una persona cara. Mi mancava già tutto, anche se ero ancora lì.
Quando siamo partiti da Santos, la mia città natale, mio padre non ci ha permesso di salutare nessuno. Alle quattro del mattino è arrivata una macchina con un autista e siamo partiti in silenzio. Per raggiungere l’aeroporto abbiamo dovuto fare un’ora di viaggio tra le colline e le montagne che separano Santos da San Paolo.

Dai finestrini della macchina guardavo giù, verso il mare. Vedevo tutto quel meraviglioso mare di Santos e sentivo che forse non l’avrei più rivisto. E infatti, dopo tanti anni, non ci sono mai più tornata, anche se il desiderio non mi ha mai lasciata.
Siamo arrivati a San Paolo, all’aeroporto di Campinas, con migliaia di valigie. Sembravano persone buttate lì, ammassate una sull’altra. C’erano tante persone che ci guardavano con una certa tristezza, come a chiedersi: “Chi sono questi?”.Abbiamo aspettato quasi due ore, perché mio padre insisteva: “Se non ci portate tutte le valigie sull’aereo, noi da qui non ci muoviamo!”.In realtà, il viaggio era stato possibile solo grazie al consolato italiano, che ci aveva regalato i biglietti per tornare in Italia. Mio padre era stato un immigrato, e quella era la sua occasione per tornare a casa.
Quando siamo arrivati in Italia, siamo andati a vivere ad Acerra, vicino Napoli, la città di mio padre. Tutto era diverso: il clima, la lingua, la gente. All’inizio mi sentivo persa, ma con il tempo ho imparato a camminare con le mie forze.
Oggi, dopo tanti anni, porto nel cuore due mondi. Ho ancora saudades (nostalgia) del Brasile.
Esperança de Adriana
Meu nome é Adriana Almeida Di Nardo, tenho quase 58 anos e moro na Itália há 41. Meu pai era italiano: morou no Brasil por mais de trinta anos, mas sofria de depressão e ansiava por retornar à sua terra natal.
Para dizer a verdade, nem minha mãe nem minhas irmãs queriam vir para a Itália. Eu estava indecisa: tinha medo de deixar tudo, mas também tinha curiosidade de explorar o país do meu pai. Mas ele era um homem autoritário, com ideias rígidas, e praticamente nos obrigou a ir embora. Disse que, se não o fizéssemos, minha mãe nunca mais poderia ver meu irmão, que havia chegado à Itália dois ou três meses antes.
Na noite anterior dà partida, não consegui dormir. Olhei para as paredes da minha casa, que eram de madeira, e as acariciei delicadamente. Senti vontade de me despedir, como de um ente querido. Eu já sentia falta de tudo, mesmo ainda estando lá.
Quando saímos de Santos, minha cidade natal, meu pai não nos deixou nos despedir de ninguém.Senti vontade de me despedir, como de um ente querido. Já sentia falta de tudo, mesmo estando lá.
Quando saímos de Santos, minha cidade natal, meu pai não nos deixou nos despedir. Às quatro da manhã, um carro com motorista chegou e partimos em silêncio. Para chegar ao aeroporto, tivemos que dirigir por uma hora pelas colinas e montanhas que separam Santos de São Paulo.
Das janelas do carro, olhei para o mar. Vi todo aquele mar maravilhoso de Santos e senti que talvez nunca mais o visse. E, de fato, depois de tantos anos, nunca mais voltei, embora a vontade nunca tenha me abandonado.
Chegamos a São Paulo, no aeroporto de Campinas, com milhares de malas. Pareciam pessoas jogadas ali, empilhadas umas sobre as outras. Havia muitas pessoas que nos olhavam com certa tristeza, como se perguntassem: "Quem são essas?"
Esperamos quase duas horas porque meu pai insistiu: "Se vocês não levarem todas as nossas malas no avião, não vamos sair daqui!".
Na verdade, a viagem só foi possível graças ao consulado italiano, que nos deu passagens de volta para a Itália. Meu pai era imigrante e aquela era a chance dele de voltar para casa.
Quando chegamos à Itália, fomos morar em Acerra, perto de Nápoles, a cidade natal do meu pai. Tudo era diferente: o clima, a língua, as pessoas. No começo, me senti perdida, mas com o tempo, aprendi a andar sozinha.
Hoje, depois de tantos anos, carrego dois mundos no coração. Ainda sinto saudades do Brasil.




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